HOMECOMING: A FILM BY BEYONCÉ

HOMECOMING: A FILM BY BEYONCÉ (2019), dirigido por Beyoncé e Ed Burke, co-diretor. Classificação indicativa: 12 anos. Duração: 137 minutos. Onde encontrar: Netflix.

Os primeiros a gostar desse documentário serão os fãs da cantora Beyoncé, não tem como fugir disso. Mas ao longo das 2h17 minutos acompanhamos algo muito além do espetáculo midiático. De tanto o que o seu nome representa para a cultura pop, capaz de influenciar uma geração inteira de jovens, não só negros, mas são a maioria, claro, os que mais se identificam.

Talvez seja muito difícil para quem não se encaixe dentro dessa “tribo” ter que tecer um olhar além do show. Todavia se você procura entender como uma artista negra, uma das mais populares no mundo foi capaz de transformar um Festival de Música, o Coachella, em representação de identidade da cultura negra, esse é o foco. O processo criativo e a preparação que durou 8 meses, os ensaios de dança e canto, o receio de estar acima do peso, fazia pouco tempo que ela tinha tido os gêmeos, e isso poderia a acarretar insegurança e críticas.

A responsabilidade de incluir músicos e dançarinos negros na sua equipe, o empoderamento musical e a qualidade artística escolhida por ela, demostra a preocupação para que os jovens negros continuem se sentindo representados em um espaço que não é predominantemente black. Estamos falando do pop culture, hoje até mais representado do que há 50 ou 60 anos atrás.

Ela cita o sociólogo e escritor W.E.B. Du Bois, que fala que “A educação não deve só ensinar o trabalho. Deve ensinar sobre a vida.” Toni Morrison, Alice Walker, Reginald F. Lewis, Audre Lorde, são nomes importantes que modificaram de uma forma ou de outra o lugar do negro dentro da sociedade. São vozes que devem ser lidas e compreendidas pela juventude afrodescendente.

Nada melhor que isso parta de uma figura que fala diretamente com o público mais influenciável que são os jovens. Sua apresentação no Coachella, em 2018, quebrou uma hegemonia de nunca um artista negro ter feito parte do headliner do Festival. Uma performance que se percebe que foi toda pensada para buscar a identidade de um grupo que ainda é muito sonhador, mas ser jovem não significa não ser perseverante.

Homecoming é um show agradável, que cumpriu o seu papel, mesmo que não agrade a gregos e troianos, vale a pena como referência da cultura pop negra americana.

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